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O dia em que se quis vender tudo

2020.3.23 Luis Silva

É complicado estar optimista nestes momentos em que parece que o Mundo está a desabar, quando vivemos algo que nunca vimos e nunca pensamos ver, uma pandemia a nível mundial. Mas é com uma mensagem de optimismo que vos quero deixar hoje. 

Nos últimos dia tem havido uma queda dos mercados bolsistas a uma velocidade inimaginável. Não quero parecer uma pessoa irreponsávelmente optimista mas temos que perceber que não podemos entrar em pânico e temos de ver as coisas como elas realmente são, não como nos parecem, independentemente de acharmos que podem piorar (e ao momento que escrevo os mercados estão novamente no vermelho).

Há vários artigos sobre a velocidade e profundidade desta queda mais recente. E temos partilhado alguns deles na barra lateral do blog através de hiperligações para esses artigos.

Gostaria que olhassem para o gráfico abaixo e o tentassem perceber como eu estou a ver o mercado (utilizo como proxy o índice americano S&P500). 

Nota: Os gráficos deste artigo, se vistos no PC, são interactivos. Podem fazer zoom se pretenderem. Basta clicar e arrastar o rato (mantendo o click)

 

Sim, esta queda tem sido anormalmente rápida mas a verdade é que se virmos a queda em termos de "tempo perdido" é, para já, muito inferior ao de uma queda como em 2008. Deixo aqui duas compras hipotéticas: uma em agosto de 1996 a 660 pontos e outra a 2300 pontos em Janeiro de 2017.

Tentem imaginar-se na posição da pessoa que fez a primeira compra e vejam a importância da longevidade de um drawdown (queda desde o máximo), não apenas a profundidade ou quanto estão a perder. Fiz as "compras" específicamente nas alturas onde o investimento inicial nunca vai a negativo. Mas digam-me se, depois de fazer a compra 1, e estando a ganhar mais de 100% em duas ocasiões, em Março de 2009 e depois de 13 anos sem ganhar nada, não é o dia em que "quiseram vender tudo", mesmo nunca estando a perder o valor inicial.

Os drawdowns têm impacto não só pela profundidade e/ou perda de capital, mas também no tempo, que, pessoalmente, acaba por ser ainda mais importante. Mesmo sendo esta queda a mais rápida de sempre eu preferia estar na posição de quem fez a compra 2 (neste momento, tendo em consideração os dados que temos). Penso que quem se encontra nessa posição está melhor do que quem passou a década de 2000 sem ganhar dinheiro no mercado accionista (ou até ganhado e voltando a perder, duas vezes).

O meu objectivo é fazer com que pensem de outra forma sobre as quedas. Está a ser anormalmente rápida mas a verdade é que não se vê (ainda!?) danos de longo prazo no mercado accionista. Estar a ser a queda mais rápida de sempre trouxe as desvantagens que todos sabemos mas por outro lado pode rapidamente criar boas oportunidades de longo prazo já num futuro próximo.

Luis Silva
Luis Silva

Licenciado em Economia (2006) e pós-graduado em Finanças pela Universidade Católica do Porto (2010), apercebeu-se, mais tarde, que partilhava o mesmo entusiasmo por programação.

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